00:00 [GMT+2]: Arta, oeste da Grécia: Dezenas de trabalhadorxs e solidárixs bloquearam a entrada da fábrica da cooperativa de aves da cidade. Elxs decidiram bloquear a fábrica por todas as 48 horas da Greve Geral, mas o bloqueio terminou por volta das 4:30. Relatos mencionam que ultimamente xs chefes praticam terrorismo contra xs trabalhadorxs, intimando-xs a não participarem em greves. Xs trabalhadorxs que tem ainda a receber da cooperativa convidam a todxs a participar da greve.
01:01 [GMT +2]: Prisões da Grécia: Excertos de um texto de prisioneiros sobre o memorando de médio-prazo. -‘[…] As prisões são um mecanismo que se baseia sobre a pobreza e reproduce desigualdades e injustiças. As prisões são mecanismos injustos e desumanos, que desmoralizam e inflamam as pessoas. É um mecanismo de classe eanti-social o qual devia de ser abolido. Sabemos que há potencial para soluções significativas para os problemas básicos da vida na prisão, porque, como dissemos antes, a vida por trás dos muros da prisão se torna ainda mais difícil devido à crise. Portanto, o principal slogan dos detentos nas prisões gregas, hoje, é “liberdade imediata para todos os prisioneiros.” Hoje, a nossa própria luta só pode ser comum. Comum entre todos os prisioneiros comum entre todos os oprimidos de todas as nacionalidades que estão nas ruas e praças das cidades da Grécia. Vamos começar aqui e agora uma verdadeira luta de confronto para impedir o voto do memorando de médio-prazo. E a única maneira de fazê-lo é ameaçando objetivamente as funções do sistema político e econômico. […]’ Este texto é co-assinado por um total de 468 homens e mulheres prisioneiros das prisões: Koridallos (também F ala masculina), Ioannina, Avlona, Nafplion e Corfu. Pelo menos 789 mulheres e prisioneiros homens decidiram ficar fora das células da prisão no fechar ao meio-dia nas seguintes prisões: Koridallos (também asas A, D, F para os homens), Diavata, Amfissa, homens D1 Ala de Grevena. Um total de 1,508 prisioneiros protestam via abstenção de comida: Grevena, homens B Asa de Larissa, Ioannina, Avlona, Diavata Malandrino e Cassandra em Salónica. No dia da votação do memorando de médio-prazo, os presos protestam contra a situação sem solução financeira e política que a sociedade grega se encontra, contra a ocupação do país pelo grande Capital, contra à ditadura parlamentaria. Essa mobilização também é uma ação em solidariedade com aquelxs que lutam nas ruas e praças das cidades por toda a Grécia.
03:12 [GMT+2]: Atenas: A primeira vitória? Indo contra a liderança pelega de seu sindicato [N.FG: ligado ao PASOK], trabalhadorxs do metrô de Atenas anunciaram que o metrô vai funcionar normalmente, para facilitar o transporte de grevistas para as manifestações da Greve Geral na cidade.
11:00 [GMT+2]: Porto de Pireus: Desde bem cedo, estivadorxs e membros do PAME (o assim chamado Partido “Comunista” da Grécia) cercaram os pontos de onde saem os barcos, bloqueado a navegação a partir do ponto central do país. Em Atenas, aproximadamente 25.000 pessoas já se encontram em frente ao parlamento, a maioria manifestantes do PAME.
12:05 [GMT+2]: Attica: De acordo com o anúncio da Federação Geral do Pessoal do Setor Elétrico (GENOP/DEI:PPC), hoje entre as 11:00 e as 15:30 apagões de aproximadamente uma hora e meia ocorreram em várias áreas.
12:14 [GMT+2]: Mytilini, Ilha Lesbos: A marcha de aproximadamente 600 manifestantes está completa. Uma assembléia popular aberta acontecerá.
12:17 [GMT+2]: Tessalônica: Manifestantes de base dos sindicatos se uniram ao pré-encontro dxs grevistas na junção das ruas Egnatia e Aghia Sophia. A marcha de aproximadamente 10.000 manifestantes está se dirigindo do Centro de Trabalho de Tessalônica para a rua Aghios Demeritus.
12:20 [GTM+2]: Atenas: Aproximadamente 15.000 manifestantes de vários sindicatos de base juntxs ao bloco anarquista começam a marchar do Museu de Arqueologia Nacional (rua Patission) em direção a Syntagma. O corpo de manifestantes vai pela rua Kolokotroni. O povo vai se concentrando em Syntagma enquanto manifestantes de outras cidades também vão chegando por lá.
12:34 [GMT+2]: Xanthi, nordeste da Grécia: Haviam 3 diferentes blocos de manifestantes. Na manhã membros do PAME ocuparam o prédio do Escritório de Impostos. Em geral, a participação de ambos a Iniciativa de Resistência e o Centro de Trabalho foi mais baixa em comparação à greves anteriores. Como resultado de sua tentativa em isolar xs sindicalistas, o bloco da Iniciativa de Resistência marchou sem trabalhadorxs politicamente independentes, somente com muitxs membrxs do bloco anarquista do seu lado.
13:03 [GMT+2]: Syntagma: O bloco de aproximadamente 5.000 manifestantes da pelega Co-Federação Geral de Trabalhadores Gregos (GSEE) está chegando à Syntagma.
13:14 [GMT+2]: Patras: A marcha de aproximadamente 2.000 a 3.000 pessoas se completou sem problemas. Antes de seu começo, compas expropriaram o banner do Centro de Trabalho que tentava “liderar” a manifestação. Então, todos os blocos passaram pelo bloco do Centro de Trabalho que eventualmente se retirou completamente. Aproximadamente 300 anarquistas dos grupos de Ergaleioforos e Perasma participaram em um bloco conjunto. Partidos esquerdistas completaram a marcha na Praça Georgiou onde “xs indignadxs” geralmente se encontram, enaquanto vários sindicatos de base juntxs ao bloco anarquista terminaram na praça Olgas. Há uma ocupação acontecendo ainda neste momento no Centro de Trabalho de Patras por anarquistas e anti-autoritárixs.
13:40 [GMT+2]: Syntagma: por volta de 15 neo-Nazis cnataram slogans fascistas próximo ao Centro de Serviço ao Cidadão na esquina das ruas Othonos e Amalias. Anarquistas correram para xs expulsarem de lá.
14:02 [GMT+2]: Motim de prisioneiros na asa A da prisão masculina de Koridallos; xs presxs se recusam a entrar em suas celas.
14:05 [GMT+2]: Praça Syntagma, ruas Othonos e Amalias: As escórias fascistas foram previamente bloqueadas dentro do número 10 da Othonos Arcade por pelo menos 1.000 manifestantes. Esquadrões de polícia lançaram gás lacrimogêneo até a rua Filellinon. As pessoas recuaram à praça Syntagma, mas gradualmente vão se reencontrando em frente ao parlamento.
14:10 [GMT+2]: Syntagma: Pedras sendo jogadas na polícia que atira gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral; primeiro confrontos no lado baixo da praça Syntagma. O povo se separa e se move rumo às ruas Stadiou e Panepistimiou streets, mas outrxs manifestantes continuam em Syntagma.
14:20 [GMT+2]: Syntagma: Manifestantes destroem um McDonald’s; fogueiras são acesas e barricadas erguidas; bombas de efeito moral. Muitas pessoas tomam parte nos confrontos. Fogos de artifício, pedras voando até a rua Stadiou. Muitos blocos de manifestantes ainda em frente ao parlamento.
14:30 [GMT+2]: Tessalônica: Loverdos, Ministro da Saúde, foi bloqueado dentro da Instituição Papafeio por um grande número de manifestantes. Relatos dizem que o ministro conseguiu um modo de escapar.
14:32 [GMT+2]: Syntagma: Uma bandeira grega queima neste momento. Confrontos nas ruas Fillelinon e Voukourestiou e em frente ao Hotel Grande Bretagne.
14:40 [GMT+2]: Maroussi, subúrbio do norte de Atenas: Pelo menos 200 motos da força policial DIAS atravessaram a avenida Kifissias em alta velocidade, buzinando de modo provocativo.
14:52 [GMT+2]: Syntagma: Polícia invade a praça.
14:55 [GMT+2]: Syntagma: O principal bloco de manifestantes tem estado na praça por aproximadamente 1 hora. Um total de 32 esquadrões de polícia, guardando o parlamento, estão atirando bombas de gás lacrimogêneo extensivamente e tentam quebrar os blocos. Nos últimos 40 minutos houveram constante confrontos na parte baixa de Syntagma, na rua Karageorgi Servias. Também tem confrontos acontecendo na rua Stadiou. De acordo com pessoas na praça, a polícia tem atirado bombas de gás lacrimogêneo a cada poucos segundos.
15:02 [GMT+2]: Syntagma: A polícia está jogando mármore quebrado contra xs manifestantes.
15:25 [GMT+2]: Ruas Stadiou, Filellinon, Othonos, parametricamente: Pessoas cercadas e presas na praça Syntagma resistem jogando pedras e também usando extintores de incêndio contra os esquadrões de polícia. Enquanto isso, outrxs manifestantes cercam a polícia que ataca a praça. Manifestantes que vem de Syntagma para Propylaea podem ouvir bombas de efeito moral a cada 30 segundos.
15:36 [GMT+2]: Ioannina: Grevistas ocuparam as premissas da estação de rádio municipal 998.7fm). Uma assembléia popular que aconteceu na praça central logo após o protesto decidiu manter essa ocupação para poder transmitir a assembléia desta noite, às 20:00, que será sobre as atividades de amanhã e sobre a marcha que começará às 10:30 do Centro de Trabalho de Ioannina.
15:57 [GMT+2]: Syntagma: Manifestantes tomam de volta a àrea ao redor da rua Filellinon, parte baixa da praça.
16:05 [GMT+2]: Syntagma: De acordo com relatos, 3 pessoas foram detidas em Syntagma – umx dxs presxs é umx membrx de sindicato.
16:40 [GMT+2]: Syntagma: Confrontos e gás lacrimogêneo em frente ao monumento do Soldado Desconhecido. A maioria das pessoas deixou a praça. Aproximadamente 2.000 ainda restam. No entanto, o povo não deixa a praça.
16:50 [GMT+2]: Syntagma: Muito gás dentro da estação do metrô da rua Amalias. A maioria dxs anarquistas não estava presente no momento, mas camaradas ainda resistem em Syntagma. Invasão em massa pro policiais pelo topo da praça, confrontos próximos entre manifestantes e policiais.
17:00 [GMT+2]: Syntagma: Manifestantes se movem, então a tensão muda para a parte baixa da praça. A rua Othonos se re-abriu e é gradualmente preenchida por pessoas. A área está sobre contínuo ataque de gás e bombas de efeito moral.
15:25 [GMT+2]: Syntagma: Poucas pessoas ainda restam na praça segurando faixas. Um caminhão de bombeiro chega para apagar o fogo de uma van de uma companhia de telefonia celular. Relatos dizem que a van pegou fogo graças a uma explosão de uma das bombas de efeito moral da polícia. Confrontos continuam; manifestantes lutam contra o arsenal químico da polícia construindo barricadas. Há um número não confirmado de detidxs. Correspondentes dizem de 4 presxs e 21 detidxs, enquanto a polícia relata 4 policiais feridos.
17:39 [GMT+2]: Syntagma: Um pogrom generalizado na área da praça Syntagma. Esquadrões de polícia caçam manifestantes, empurrando-xs de volta à Propylaea. Relatos não confirmados de 3 presxs e 18 detenções.
17:45 [GMT+2]: Syntagma: De acordo com testemunhas oculares, um oficial de um esquadrão de polícia jogou fora seu capacete e escudo desistindo do seu democrático dever de repressão às massas. Outrxs oficiais da polícia o espancaram, forçando-o a não abandonar. Policiais atiraram granadas de gás lacrimogêneo enquanto uma ambulância da Cruz Vermelha (Erithros Stavros) tranferia manifestantes feridxs e pessoas que sofrem de problemas respiratórios para o hospital.
17:50 [GMT+2]: Syntagma: O povo está se direcionando novamente para a praça, a partir da rua Amalias.
20.35 [GMT+2]: A manifestação de motos que vieram de Tessalónica chega à Syntagma.
21.00 [GMT+2]: Batalhas de rua frente ao Grande Hotel Bretagne. Uso sem restrições de gás lacrimogéneo, granadas de choque.
21.10 [GMT+2]: A polícia tentou evacuar a Praça Syntagma sem sucesso. Os manifestantes defendem a Praça.
21.24 [GMT+2]: Recomeçaram os confrontos com a polícia na Praça. Transmissão em direto da Syntagma também aqui.
22.20 [GMT+2]: Syntagma: Continua o Concerto. Há já algum tempo que se acendem fogueiras em vários sítios para anular os efeitos dos produtos químicos.
Ataque das 22,35[GMT+2] Ataques policiais contra os manifestantes na Rua Amália junto ao Parlamento; há pelo menos uma detenção. O Concerto ao vivo foi interrompido. Atiram-se pedras à polícia de intervenção.
22.55 [GMT+2] Em Atenas, continuam os confrontos generalizados com a polícia em todo o lado. A população continua comprometida com a luta apesar da repressão extremadamente brutal.
23.15 [GMT+2] A multidão hoje à noite na Syntagma é várias vezes maior do que a da mega manifestação pela greve geral da manhã. Os confrontos entre @s manifestantes e a polícia de intervenção provocam a interrupção temporária do Concerto. Estão a lançar muitas granadas de aturdimento e gás lacrimogéneo em direção à cabeça dos manifestantes.
23.17[GMT+2] A insurreição é generalizada, há manifestantes a atirar pedras à polícia em todo o centro de Atenas. Na Rua Stadiou a polícia está a atacar os manifestantes e os confrontos na Syntagma mantêm-se. A Rua Filellinon e adjacentes estão a abarrotar de polícias de intervenção. Há pelo menos 5-6 unidades da policía junto à igreja russa perto da Syntagma. Na Zappeion há centenas de polícias DELTA em motos. Dezenas de polícias motociclistas no cruzamento das ruas Ardittou e Vouliagmenis, perto do antigo cemitério de Atenas.
23,30 [GMT+2] Até este momento, os confrontos mantêm-se sem abrandar. Continuamente ocorrem médicos para ajudar os numerosos manifestantes feridos, transferindo-os a partir da frente do Hotel Grande Bretagne.
23.39 [GMT+2] Após três horas de detenção foram transferidos para a Esquadra Central em Atenas, onde ficarão mais seis horas, todos os detidos. As 20 detenções depressa se converteram em prisões. Está-se a apelar para uma concentração de solidariedade às 10 da manhã em ponto, amanhã 29 de Junho, junto ao tribunal da Rua Evelpidon. Entre outros, uma mulher de 56 anos foi detida a seguir na Praça Syntagma.
23.50 [GMT+2] há uns minutos atrás os antimotins atacaram a partir da Rua Stadiou e asfixiaram as pessoas com toneladas de gás lacrimogéneo. Na parte de baixo da Syntagma estão a ser levantadas barricadas. @s manifestantes resistem apesar do seu grande cansaço. A área inteira vibra com os slogans “Polícias, porcos assassinos” e “A ditadura não terminou em 1973“.
24.00 [GMT+2] O centro de Atenas tornou-se um campo de batalha. No entanto as pessoas permanecem nas ruas, apesar da incessante utilização de gás lacrimogêneo e dos ataques ferozes da polícia que culminaram durante a noite.
@s manifestantes necessitam de ajuda urgente; quem retira das ruas é devido ao cansaço enorme e não por medo. Durante todo o dia houve ordens estritas da parte do regime para evacuar a área da Syntagma, através de um super-reforço das forças repressivas e de uma forte presença de polícias não identificados. Vieram polícias de outras províncias da Grécia. Recorde-se que amanhã pelas 14:00 se porá à votação o memorando de médio prazo pelo que se pede aos grevistas que inundem a Syntagma a partir do princípio da manhã como objetivo de cercar o Parlamento. Espera-se que muit@s grevistas, em solidariedade, cheguem de Salónica no primeiro comboio da manhã.
Fim do dia. Amanhã tem mais.
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[VÍDEOS AO VIVO] Livestreaming de Syntagma:
http://www.ustream.tv/channel/syntagma2
http://roarmag.org/2011/06/livestream-of-the-48-hour-strike-and-protests-in-greece/
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Milhares participam de greve geral contra ajustes na Grécia e o FMI
Milhares de pessoas saíram às ruas de Atenas e Tessalônica (norte) para protestar contra o novo ajuste fiscal discutido pelo parlamento grego a partir desta terça-feira, no primeiro dia de greve geral contra o programa de austeridade exigido pelo FMI e UE.
“Não às medidas de miséria social. Basta. Não aguentamos mais”, afirma uma faixa colocada diante da sede da GSEE, a principal central sindical do setor privado.
Os manifestantes, aos gritos de “O projeto de lei não passará”, se dirigiam ao longo da manhã para a praça Syntagma, diante do Parlamento, onde já acampam há mais de um mês os chamados “indignados”, inspirados em um movimento similar que surgiu em maio passado na Espanha.
Cerca de 4.000 simpatizantes da Frente de Trabalhadores (sindicato Pame, pró-comunista) chegaram duas horas antes a essa praça, comprovou um jornalista da AFP.
Cortes de energia elétrica, voos cancelados e transportes coletivos paralisados em Atenas, com exceção do metrô, também marcam o início da greve geral de 48 horas.
Nos aeroportos, muitos voos domésticos das companhias Aegean e Olympic Air foram cancelados em consequência da paralisação dos controladores aéreos.
Esta é a quarta greve geral convocada pelas duas grandes centrais sindicais do país: GSEE (setor privado) e Adedy (funcionalismo público).
Os grevistas, mais numerosos no setor público que no privado, rejeitam o plano plurianual de austeridade 2012-2015 que o Parlamento deve votar esta semana.
O plano prevê novos sacrifícios para a população em troca de uma ajuda financeira dos sócios europeus e dos credores, em particular um novo aumento dos impostos e novos cortes de empregos no setor público.
Violência marca greve geral na Grécia contra ações de austeridade
Milhares de gregos foram às ruas da capital Atenas nesta terça-feira, no primeiro dia de uma greve geral de 48 horas contra o novo pacote de austeridade que deve ser votado no Parlamento na quarta-feira e quinta-feira. Parte dos manifestantes enfrentou a polícia, que reagiu com gás lacrimogêneo.
O Parlamento da Grécia vota amanhã (quarta-feira) os termos gerais do novo pacote de austeridade, que inclui corte de funcionários, privatizações e aumento de impostos, para garantir o novo pacote de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na quinta-feira, serão votados os detalhes.
As manifestações desta terça-feira ficaram violentas, com relatos de pequenos incêndios, quebra-quebra e de confrontos entre os gregos e as forças de segurança.
A agência de notícias Efe, que tem correspondentes no local, afirma que a polícia usou gás lacrimogêneo contra manifestantes que atacaram os agentes com pedras e garrafas.
O incidente ocorreu na parte inferior da praça Sintagma. Quem permaneceu na praça após a manifestação correu em busca de refúgio da violência e do gás.
Mais cedo, grupos de encapuzados que levavam bandeiras pretas, símbolo dos anarquistas mais radicais, danificaram a calçada de mármore perto do Parlamento com barras de metal e jogaram pedras nas forças de segurança.
Os donos dos hotéis próximos ao prédio fecharam as portas para evitar que os manifestantes entrem.
Os confrontos foram registrados também na frente do Ministério de Finanças e grupos mais radicais danificaram também as janelas do Post Bank.
Mais de 5.000 policiais foram escalados para guardar o centro de Atenas enquanto cerca de 2.000 manifestantes marcharam até o Parlamento em duas manifestações separadas. Outros 7.000 gregos marcharam na segunda maior cidade grega, Thessaloniki.
PARALISAÇÃO
Cortes de energia elétrica, voos cancelados e transportes coletivos paralisados em Atenas, com exceção do metrô, marcaram o início da greve geral.
Nos aeroportos, muitos voos domésticos das companhias Aegean e Olympic Air foram cancelados em consequência da paralisação dos controladores aéreos.
No porto de Atenas, 200 militantes do Pame, o sindicato de tendência comunista, impediram a saída de vários barcos.
Esta é a quarta greve geral convocada pelas duas grandes centrais sindicais do país: GSEE (setor privado) e Adedy (funcionalismo público).
AUSTERIDADE
A Grécia, uma das mais afetadas pela crise da dívida europeia, já recebeu em 2010 um pacote de resgate de US$ 160 bilhões da União Europeia e do FMI. O país, contudo, não conseguiu cumprir as metas fiscais previstas e alerta que, se não receber uma nova ajuda, vai quebrar.
Em troca da quinta parcela do primeiro pacote (de 12 bilhões de euros previsto para julho) e do novo pacote de resgate, o premiê grego tenta aprovar um segundo pacote de austeridade, com 6,5 bilhões de euros em aumentos de impostos e cortes de gastos estatais ainda neste ano.
O plano de austeridade proposto pelo governo socialista pretende ainda arrecadar 78 bilhões de euros até 2015, e inclui privatizações, novos impostos sobre renda e propriedades e cortes de salários e aposentadorias.
Para isso, está previsto a redução da força de trabalho do setor público em 25%, ao tempo que será elevada a 40 horas semanais a carga de trabalho e serão estipulados novos contrato com um salário mínimo de 500 euros mensais.
O comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn, advertiu nesta terça-feira que a aprovação pelo Parlamento grego do plano de austeridade constitui a única forma de evitar uma suspensão imediata de pagamentos da Grécia.
“A única forma de evitar um default [suspensão de pagamentos] é a a aprovação pelo Parlamento de um programa econômico revisado”, afirma o comissário Rehn em um comunicado.
Por agências de notícias internacionais 28/06/2011 às 15:19
No Centro de Mídia Independente (CMI) – Brasil
http://midiaindependente.org/pt/red/2011/06/493335.shtml