Segunda-feira, 25 de julho, 2011.
O Governo Grego celebra os resultados da reunião de cúpula, durante a qual decidiram simplesmente assinar o novo pacote de “resgate”, seguindo as ordens da Troika (FMI, UE, BCE), para um país que já está devastado pelo Memorando.
Então, o que o governo está celebrando exatamente? O fracasso de um memorando que foi aplicado com uma arma na cabeça do povo Grego? A declaração de guerra econômica contra a sociedade pelos próximos 30 anos? O balanço, pelos próximos 30 anos, da maior parte dos custos através das despesas das gerações futures? A inadimplência que ainda lança suas sombras sobre o país? E se isso fosse de fato, motivo para celebrar, que medidas o governo irá tomar após este grande “sucesso”?
Novos empréstimos – novos memorandos
Um memorando trás o outro. O programa de 158 bilhões de euros cujo objetivo é, supostamente, salvar a economia Grega, na realidade, irá salvar os bancos e a conta novamente irá para o povo Grego. Não seria essa a verdade razão da celebração do governo?
Este mesmo governo aceitou dar garantias colaterais para os nossos credores. Por esta questão, não só o governo permanece em completo silêncio e não os especifíca com exatidão, mas ao contrário, tenta de todas as formas nos persuadir que o plano será um sucesso, um plano seguindo exatamente a mesma política de assalto à sociedade, que trouxe o primeiro fracasso do memorando. Novos impostos, novos cortes, novos sangramentos na renda das mesmas classes sociais.
As Praças ainda estão aqui
É o início de Agosto e as pessoas ainda estão nas praças. Apesar da indolência do verão, as calúnias da mídia, apesar dos planos das autoridades centrais ou municipais que pretendem que voltemos para nossas casas. Eles parecem ignorar o fato de que o movimento das praças é uma resposta para a necessidade de uma defesa da sociedade. O que tem acontecido, até os dias de hoje, não é nada mais do que um início, um legado para lutas vindouras. Nós tivemos a disposição, nós conquistamos o medo, e nós obtivemos solidariedade.
Este Setembro não irá assinalar um retorno para rotina. Vai marcar um retorno para a batalha, um retorno para a tentativa de derrubar a polícia e as forces que estão fazendo o povo Grego afundar em pobreza e miséria. O início do outono será uma primavera para as nossas lutas.
Portanto, nós chamamos, no dia 3 de Setembro, para uma nova grande mobilização com o objetivo de articular a atual luta com outros do nosso povo, contra a tirania e contra o depotismo, visto que o 3 de Setembro marca a conquista da nossa primeira Constituição. Um conceito que não é algo importante para o governo desde que ele a transformou em um mero pedaço de papel. E este é apenas o começo.
Na rota da nossa guerra
Nós não temos escolha. A derrota de todos aqueles que nos oprimem e nos privam de nossas esperanças por uma vida melhor é uma estrada de mão única. Nós não permitiremos que o novo memorando passe, e não passará. Nós não estamos em débito, nós não vendemos, nós não pagaremos! Permaneceremos nas praças da Grécia, por quanto tempo for preciso, fiéis aos nossos objetivos, verdadeiros, implementando a democracia direta. Estamos determinados a ter bom êxito.
Hoje, o dia da restauração da democracia após a junta militar, um dia que se tornou nada mais do que um dia de recepção na Mansão Presidencial, nós honramos a decisão de resistência daquele tempo para se abster da recepção e nós declaramos:
Esta luta continuará, e irá continuar até a vitória.
IGUALDADE-JUSTIÇA-DIGNIDADE
DEMOCRACIA DIRETA JÁ!
A Assembleia Popular de Syntagma.
[publicado em from the greek streets / tradução livre: fogogrego]
mais sobre as revoltas na grécia em crise:
http://www.anovademocracia.com.br/no-79/3534-crise-lanca-milhares-gregos-ao-protesto