Dada a dramática situação na Grécia, principalmente em Atenas devida à violência policial, fascista e repressiva, torna-se indispensável manifestar a nossa solidariedade para/com os companheiros gregos. Essa jornada (noite) será realizada na próxima quinta-feira, 23 de junho, pelas 20h no espaço “Atelier des canulars” (Lyon, França) onde acolheremos um companheiro grego com o qual poderemos discutir a situação no terreno à volta de um jantar de convívio assim como de alguns vídeos. Tentaremos também estabelecer ligação skype com companheiros em Atenas.
Fazendo um breve resumo da situação: desde 10 de Maio que se intensificaram os ataques dos fascistas, polícias e de fascistas e polícias em articulação. A 10 de Maio, de manhã, um acontecimento trágico ceifou a vida de um homem. Imediatamente o fato foi usado por organizações fascistas e centenas de neo-nazis aproveitaram a oportunidade para vomitar o seu ódio, semeando o terror nas ruas de Atenas. Grupos de energúmenos, armados com paus, facas, até mesmo com uma serra elétrica, atacaram os imigrantes que tiveram a infelicidade de os encontrar no seu caminho. Este pogrom provocou a morte de um imigrante do Banghladesh e centenas de feridos.
A fúria assassina irrompeu também sobre coletivos anarquistas. Durante uma semana os fascistas, em estreita colaboração com a polícia, atacaram com paus e facas os squats (okupações) anarquistas de Villa Amália e de Scaramanga para além de uma pessoa que estava à porta de sua casa quando tentaram esfaqueá-la por detrás, depois de a terem seguido.
Depois destes fatos e até ao presente verificaram-se ainda dezenas de surtos deste ódio absurdo. A cada noite, fascistas identificavam os imigrantes que passassem pela área da Praça Victoria e corriam com eles – geralmente à frente dos seus protetores, os polícias. Estes últimos também prendiam qualquer um que tentasse impedir aqueles momentos nostálgicos do Terceiro Reich. A 17 de Maio cerca de 50 companheiros foram cercados por centenas de policias e levados à sede da polícia, porque cobriram cartazes fascistas com os seus.
A 11 de Maio em Atenas, no rescaldo da greve geral, quando os companheiros estavam já exaustos depois de uma noite de vigilância contra novos ataques, contra os imigrantes e as ocupações, foram atacados por policias desta vez pegando o bastão. Estes bastões substituiram o punhal já que a onda de violência policial enviou mais de 100 pessoas para o hospital – um manifestante foi hospitalizado, em estado crítico, mais de uma semana.
Simultaneamente, a violência da repressão durante as greves abate-se sobre aqueles que lutam incessantemente. Nas prisões gregas, são já cerca de 50 os presos políticos muitos dos quais estão presos sob acusações caluniosas que, se não os privassem de liberdade, seriam até risíveis. Há alguns dias o julgamento de Seirinidis Aris , preso aguardando julgamento por mais de um ano, é acusado de atirar em policias, tendo como única evidência…a comparação do DNA encontrado numa máscara cirúrgica, e que encontraram na carteira durante o controle da polícia.
Outro caso atual é o de Vaggelis, Sarantos, Christoforos. Estes três anarquistas passaram um ano prisioneiros, a única razão seria o de conhecerem alguns dos membros do Luta Revolucionária. Embora libertados sob condições restritivas há um ano atrás, estes três companheiros encontram-se novamente em perigo na prisão e um novo conselho judicial deve decidir nos próximos dias qual a acusação e a sentença.
É por estas razões, porque a solidariedade sempre foi e continua sendo a nossa arma, porque a nossa paixão pela LIBERDADE É MAIS FORTE DO QUE QUALQUER PRISÃO que respondemos ao apelo em Lyon, em solidariedade com os companheiros da Grécia.
* O produto da noite será empregue na ajuda económica aos prisioneiros políticos.
original: rebellyon.info