Anarquista é ferido e detido após trocar tiros com a polícia em Pefki, Atenas.

Na noite da quarta-feira passada, 18 de maio, um carro da polícia tentou
fazer uma blitz "aleatória" em dois anarquistas que estavam próximos a uma
motocicleta na área de Pefki, em Atenas. Os dois decidiram não ficar e
saíram fora, os policiais correram atrás deles e após uma perseguição curta,
os dois anarquistas trocaram tiros com os agentes de segurança, ferindo
dois. Mas, infelizmente, o jovem anarquista de 21 anos, Theofilos
Mavropoulos (originalmente ele deu um nome falso, mas depois que a mídia e
os policiais colocaram sua foto em todos os lugares ele foi identificado),
também saiu ferido pelas balas dos policiais e foi preso. O outro anarquista
conseguiu fugir depois de roubar a viatura da polícia, abandonando-a alguns
quilômetros depois. Theofilos está agora hospitalizado, com a polícia
antiterrorista em sua sala e fora dela.

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 *Comunicado dxs companheirxs de Theofilos Mavropoulos *

O anarquista revolucionário, nosso companheiro Theofilos Mavropoulos, está
ferido no hospital, após um tiroteio com os malditos trastes da polícia na
área de Pefki. Lá, junto com mais um companheiro, optaram por não ceder
quando um carro patrulha tentou identificá-los. Durante o confronto, dois
policiais foram feridos, mas também nosso companheiro. Ao mesmo tempo, o
outro companheiro que estava ali conseguiu escapar usando a viatura da
polícia.

Theofilos é um membro ativo do movimento anarquista revolucionário e,
portanto, chamamos todos os anarco-revolucionários, como toda a gente que se
vê como parte de um amplo âmbito subversivo, a tomar a iniciativa de ação,
com todos os meios julgados como adequados e indispensáveis, para estar ao
seu lado. Neste momento o nosso irmão encontra-se ferido e trancado em um
quarto vigiado pela polícia. Consideramos como algo mais importante a
realização de uma concentração em frente ao hospital, onde está nosso
companheiro ferido, a fim de quebrar a condição de isolamento imposta a ele
e que o deixa preso aos vermes da [polícia] antiterrorista e outros serviços
que estão a "cuidar" da única maneira que sabem. Por causa das dificuldades
que têm a ver com o regime que estamos e com a condição na qual agimos e nos
movemos; infelizmente não podemos estar ao seu lado (ou seja, no hospital),
e assim poder dar força e coragem para o nosso orgulhoso companheiro.

Temos que mostrar ao inimigo que nenhum companheiro não está sozinho, que a
prisão de cada companheiro não ficará sem resposta, que nenhum companheiro
nosso pode ser comido vivo. Porque o companheirismo e solidariedade não se
definem segundo salários e cargos, e é a base para as relações que
desenvolvemos e propomos, como alternativa contra as podres relações sociais
dominantes. Não vemos a prisão de Theofilos à luz de uma "alta divulgação" e
a asquerosa vitimização, que permite protestar contra os "maus" policiais
que atiraram e feriram nosso companheiro. Aliás, à luz de tal lógica a
solidariedade perde o seu sentido essencial. A postura orgulhosa do
companheiro e seus valores entraram em confronto com a renúncia e rendição.
Mostraram que o conflito e a guerra não têm mártires, nem aqueles que a
adoram, mas alguns combatentes preparados para tudo. O tesouro que resta se
torna uma arma nas mãos de todos nós.

Ao lado do anarquista revolucionário Theofilos Mavropoulos! Luta pela
liberdade com cada meio!

PS: Igualmente, queremos enviar ao nosso companheiro um agradecimento
sincero, pelas lutas que fizemos juntos, por todas as decepções e
contratempos que enfrentamos, por tudo de bom e mau. Finalizando, enviamos
nossa promessa referente aos compromissos informais que foram feitos, dos
sonhos não realizados e os exageros. Por tudo e por nada. Agora, irmão, pode
mudar a condição sob a qual você irá viver, mas não altere o estado não
arrependido do seu espírito.

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GRÉCIA: CHAMADO URGENTE À SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL!

FogoGrego PovoGrego

O presente web log, FogoGrego, foi criado graças ao call out (chamado) internacional lançado semana passada por compas gregxs pedindo por solidariedade à sua luta.

A Grécia vem passando por uma de suas piores fases econômicas da história moderna e, como sempre, quem mais sofre com a crise é o povo. Xs gregxs vem enfrentando o governo do PASOK (Movimento Socialista Pan-Helênico) e o FMI como pode, com greves (de categorias e gerais), ocupações, contrapropaganda, assembléias, passeatas e ferozes enfrentamentos de rua com as forças policiais.

Sempre inspiradxs pelo bravo exemplo de luta do povo grego, em especial do setor autônomo anti-autoritário, que desde o fim dos anos 70 vem mostrando que não há democracia que não a democracia direta e que as ruas são o verdadeiro cenário da política, nós do FogoGrego esperamos de alguma forma contribuir solidariamente com a guerra social vivida por nossxs compas na República Helênica.

Recomendamos os seguintes links para maiores info sobre a história dos fatos e a atual situação:

[multilínguas] -> http://en.contrainfo.espiv.net/

[inglês] -> http://www.occupiedlondon.org/blog/

Segue o call out. Em solidariedade sempre,

FogoGrego

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Grécia – Chamado urgente à solidariedade internacional!

Companheiros e companheiras, o objetivo desta mensagem é informá-los/las brevemente sobre o que aconteceu durante os últimos dias em nosso país e fazer um chamado para a solidariedade internacional dos anarquistas de todo o mundo.

A Grécia está em um ponto de inflexão e ocorrem mudanças críticas na sociedade, como na política e na economia. A desarticulação e dissolução, até o presente momento, do modelo de autoridade e de exploração é mais do que evidente e torna concreto o que é geralmente chamado de “crise”. O que nós estamos vivendo em definitivo é o fracasso absoluto de um sistema que, não podendo fazer mais nada para garantir o consenso social, se lança em um ataque frontal, sem condições e sem desculpas de qualquer tipo.

Quando começou a conjuntura que se chamou de “crise”, a agressão foi manifestada em termos materiais – com a desvalorização do trabalho, redução dos salários, flexibilização das condições de trabalho, a institucionalização da instabilidade, o aumento dos preços dos artigos de primeira necessidade e as contas de bens de interesse comum, o aumento dos impostos e a redução dos serviços de bem-estar. Ao mesmo tempo, começou a liquidação a “particulares? da riqueza pública, a presença generalizada da polícia nas ruas, leilões, o aumento do desemprego…

Paralelamente, se articulou um ataque de propaganda sem precedentes, em um ritmo frenético de publicação, com os meios de comunicação controlados pelo Estado e pelo Capital, cenários de desastre e calendários com datas “apocalípticas”, como “…se não for aprovada a próxima injeção de empréstimo pela troika [Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE)], estamos falidos…”. Com todo este mecanismo de comunicação da autoridade, consegue embaçar a visão continuamente, mantendo um estado de terror permanente, e assegurar definitivamente a paralisia, por meio da coerção, do corpo social.

Apesar de todo o exposto, nunca cessou a resistência dos grupos da sociedade grega e do proletariado. As poucas convocações para greves gerais partem dentro de um contexto definido em maior ou menor medida por pessoas que resistem e expressam sua intenção de lutar contra as condições impostas pelo Estado e Capital.

Passeata. Greve Geral. 11 Maio 2011.

A manifestação da greve em 11 de maio em Atenas trouxe novamente milhares de manifestantes para as ruas, que expressaram sua oposição às novas medidas anti-sociais do governo, que afogam os trabalhadores e toda a população. Durante a manifestação, e enquanto alguns iam deixando a área do Parlamento para finalizar a marcha, a polícia atacou brutalmente e com raiva os blocos dos manifestantes mais radicais, e os blocos de anarquistas e anti-autoritários, as assembléias de bairro, as corporações operárias de base e a esquerda extra-parlamentar. Golpeando com muita dureza e utilizando grande quantidade de substâncias químicas, diluíram os blocos mencionados. Mais de cem manifestantes foram levados para hospitais e alguns deles submetidos à cirurgia.

Uma das muitas ativistas feridas. Greve Geral. 11 Maio 2011.

O companheiro Giannis é o manifestante que está em pior situação. Tendo recebido um ataque assassino por parte da polícia, e com ferimentos graves na cabeça, foi transferido em situação de quase-morte (de acordo com a declaração dos médicos) para o hospital. Lá, foi vista a verdadeira extensão da hemorragia interna na cabeça, foi operado rapidamente e assim entrou, entubado e em estado grave, na unidade de terapia intensiva. Sua condição é crítica mas estável, mas ainda não superou o perigo de morte ou danos irreversíveis à sua saúde.

Enfrentamento de rua. Greve Geral. 11 Maio 2011.

Claramente estes ataques assassinos contra os manifestantes grevistas na quarta-feira tinham um único objetivo: assustar as pessoas e os que resistem às agressões da autoridade estatal e econômica. Foi uma ação exemplificadora a fim de subjugar o povo e que parecia ter a seguinte mensagem: mantenham-se em suas casas e permaneçam tranqüilos e disciplinados.

Pogrom neonazi contra imigrantes. 12 Maio 2011.

 

Em seu quadro de ações o poder alista, cada vez de forma mais contínua, seus jovens de extrema-direita e/ou paraestatais. Os focos de violência racista, que estão se multiplicando em todo o país recentemente, tiveram seu pico na última semana. Com a desculpa de assassinato a sangue frio de um morador do centro de Atenas, durante a tentativa de roubá-lo, por imigrantes, se estendeu um massacre sem precedentes contra eles. Grupos fascistas, organizados ou não, de racistas e de ultra-direitistas, encontraram sua oportunidade; estão se concentrando a cada tarde e atacam os imigrantes, ferindo a muitos, e parece que o assassinato de um imigrante se deve aos mesmos. Paralelamente, neonazis juntamente com a polícia atacam okupas do centro de Atenas, levando companheiros a uma situação em que devemos defendê-los contra o perigo de perder a própria vida, contra a brutalidade policial e a barbárie fascista.

A situação critica é clara. No momento em que a sociedade recebe um golpe sem precedentes em termos materiais, seus grupos políticos mais radicalizados e, especialmente, o ambiente anarquista, estão na mira (e desta vez literalmente, a julgar pela mania homicida) da polícia e fascistas.

Por isso, apelamos urgentemente para a solidariedade internacional!

Passeata. Greve Geral. 15 Dezembro 2010.

A solidariedade sempre foi um valor fundamental dos anarquistas. Nela que sempre nos baseamos para apoiar nossas lutas e para enfrentarmos a lógica do isolamento e de si mesmo, que impulsiona a autoridade do Estado, assim como o individualismo e da decomposição do coletivo que coloca o capitalismo.

Manifestação contra a austeridade. Parlamento grego. 23 Fevereiro 2011.

No momento em que a sociedade grega e o proletariado estão sob crescente pressão, com um agravamento das condições de vida não visto até o momento; nestes tempos em que nós anarquistas recebemos um golpe repressivo do tamanho de uma tentativa de assassinato em si; nestes tempos em que o ambiente político anarquista está na mira da violência do Estado e da ameaça do fascismo; temos de ver os nossos companheiros de todo o mundo agir e manterem-se solidários com nossa luta, através de jornadas, manifestações, passeatas, protestos, textos, por palavras e por ações, da forma que considerem mais adequada. Qualquer mostra de solidariedade revolucionária que só os anarquistas conhecem e querem mostrar, levantará a moral e nos fortalecerá em nossas lutas.

Saudações, companheiros e companheiras.

Grupo dos Comunistas Libertários (Atenas)// Jornal Eutopia

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